01
jul
2011

A ilustração está no detalhe…

É fato: ilustrador é um sujeito… como diria o Zé Pequeno: “bicho solto’. A maioria trabalha como freelancer. Curiosamente, isso se deve muito mais à demanda de mercado do que às preferências de trabalho dos ilustradores. Para a maioria das empresas que pagam por esse serviço, a demanda de ilustração nos trabalhos é flutuante demais para compensar manter um ilustrador como funcionário fixo. Mesmo as Editoras – maiores consumidoras de ilustração, por razões naturais – em muitos casos mantém um ou outro ilustrador fixo e vai contratando mais pessoal por fora, conforme a necessidade.

Entretanto, também é curioso as diferenças entre o trabalho que recebem os freelancers e a minoria fixa. Quando você se torna um funcionário ocupando a função de “ilustrador” em uma empresa de comunicação, sua demanda muda. Como você já está lá mesmo, começam a aparecer trabalhos pequenininhos: fazer ícones, previews de aplicação de marca, mockup virtual de produtos e embalagens, texturas de fundo… coisas que você mal pode considerar como ilustração, dificilmente colocaria no seu portfolio, mas que fazem diferença – e muita! – nos layouts e na apresentação das campanhas.

Esses eram coelhinhos de origami que seriam dados de brinde numa campanha

Campanha de doação de calçados para a Casa Eurico

Um ícone de container. Pra quê e pra quem, não lembro mais

10
maio
2010

O Poder da Imagem

Há alguns dias, aconteceu algo na agência que me fez refletir.

Estávamos tentando aprovar um cartaz para o Dia do Trabalho. Tive a idéia de tentar uma referência visual construtivista. Sempre adorei os cartazes do construtivismo russo, gostava da linguagem poderosa daquele estilo de ilustração, trabalhadores unidos olhando para o horizonte. Não vivi naquela época, e sei perfeitamente que não passava de propaganda política bem enganosa, mas sou capaz de imaginar como aquilo podia fazer o homem comum, o proletário, se sentir parte de algo maior. Num universo de endomarketing recheado de campanhas de integração, acredito que esse tipo de ilustração poderia ter um poder fortíssimo de inspiração, de incutir a sensação de orgulho por pertencer a determinada instituição, de integrar os colaboradores efetivamente.

Foi quando eu mostrei o meu layout para a atendimento do projeto, todo confiante, de peito estufado. E ela colocou todo o meu conceito por água abaixo:

“Tá meio PT, né?”

(mais…)

30
mar
2010

Começar de novo…

Eu lembro quando montei meu primeiro portfolio digital. Eu era recém-formado, trabalhava como wegdesigner junior em uma empresa de e-learning, ainda acreditava que no futuro todos os sites legais seriam feitos em flash, e mal se ouvia falar de blog. Um belo dia me vi no olho da rua, junto com todos os outros designers junior que trabalhavam na empresa (só os estagiários sobreviveram ao corte). Tive de correr para arrumar trabalho logo, então me ocorreu montar o meu primeiro site. Não tinha muitos jobs, as melhores ilustrações ainda eram as que eu havia feito na faculdade, e pra não gastar dinheiro, hospedei o site no Geocities (que Deus o tenha) – o que resultou em um endereço enorme nem um pouco convidativo. Ainda assim, deu certo. Por meio do meu primeiro e simplório portfolio digital, consegui alguns bons freelances que seguraram as minhas contas até eu entrar na agência onde trabalho até hoje.

Mesmo devidamente empregado, não parei de freelar (pelo menos, não por muito tempo). Sempre gostei de pegar briefings – especialmente de ilustração – que me instigassem a produzir coisas diferentes das propostas do dia-a-dia na agência. Novamente, o porfolio digital era a minha vitrine, e decidi atualizá-lo. Me debrucei novamente sobre o flash, pus em prática alguns truques novos que aprendi com uns amigos programadores e dei uma cara mais profissional ao site. Um grande amigo meu, o Eduardo Veríssimo, hospedou meu portfolio digital em seu servidor e me ajudou a comprar o meu próprio domínio. Novamente, o site rendeu bons frutos.

Porém, após 3 anos de serviços prestados, chegou a hora de mudar. Eu mudei: acabei migrando para a arte impressa, ganhei experiência e desses anos de serviço e hoje posso contar com arsenal de trabalhos publicados bem superior – em quantidade e qualidade – àqueles que eu tinha lá atrás, no meu primeiro portfolio. A internet mudou mais ainda: a banda larga ficou mais larga e mais acessível, os blogs prosperaram, o Flash tomou rumos diferentes dos que eu havia imaginado oito anos atrás, o actionscript ficou mais refinado e muito mais complexo, deixando de ser uma ferramenta para construção de sites para se tornar cada vez mais um instrumento para desenvolvimento de aplicativos online, o javascript e o CSS foram potencializados pela web 3.0…Enfim, aquilo que eu sabia sobre internet dos tempos em que eu trabalhava com webdesign, virou fóssil.

Por isso a iniciativa de transformar o meu portfolio digital em algo novo, mais simples e mais dinâmico. Espero que gostem.

Abraço a todos. E um especial para o meu amigo Eduardo, por ter assumido a responsabilidade (e a bucha) de transportar essa “bagaça” da tela do meu Photoshop para o browsers do mundo, e para os amigos André e Paulo, da Promo, pelas dicas providenciais. Sem vocês, nada disso teria sido possível.

Olá. Meu nome é Etson Delegá. Sou designer e ilustrador profissional. Desenho desde que me conheço por gente, mas atuo profissionalmente na área desde 2001. Desde então, trabalho com direção de arte, ilustração publicitária e editorial e desenvolvimento de personagens para publicidade, web, games online e endomarketing. Aqui está um pouco do meu trabalho.